Que consegue distinguir
O céu do inferno
Céus azuis da dor
Você consegue distinguir
Um campo verde
De um frio trilho de aço?
Um sorriso de um véu?
Você acha que consegue distinguir?
Fizeram você trocar
Seus heróis por fantasmas?
Cinzas quentes por árvores?
Ar quente por uma brisa fria?
Conforto frio por mudança?
Você trocou
Um papel de coadjuvante na guerra
Por um papel principal numa cela?
Como eu queria
Como eu queria que você estivesse aqui
Somos apenas duas almas perdidas
Nadando num aquário
Ano após ano
Correndo sobre este mesmo velho chão
O que encontramos?
Os mesmos velhos medos
Queria que você estivesse aqui.
Esta não é uma canção de amor. Foi escrita por Roger Waters e David Gilmour em 1975 e dedicada ao amigo Sid Barret, que havia partido em uma viagem sem volta para o mundo dos lunáticos. Acho que funciona muito bem como homenagem ao meu grande amigo, que também partiu há um ano, em outra viagem só de ida. Um clássico, exemplar mais do que perfeito de letra e melodia fantásticas.
2 comentários:
João, o texto me fez lembrar de um primo muito querido que embarcou nesta mesma nave.
Abs,
Marcão.
João, sem palavras. Esta canção diz muita coisa. Me emociono muito toda vez que a ouço ou a toco, mas no caso Barret, até onde sei, ele foi para onde queria, a realidade pesava mais do o que para nós é insanidade.
Esta música para mim simboliza as situações de resistência covarde e confortável com a qual arrumamos desculpas para a vida, situação de envelhecer usando uma roupa que não nos serve mais, enfim, depois podemos conversar sobre, senão, este comentário vira um post.
Forte abraço.
Zé.
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