segunda-feira, 8 de junho de 2009

Radicalismo que se percorre em duas rodas

Ciclistas de várias modalidades fazem de São Paulo a capital das bicicletas
(Reportagem feita para o link 5 de Prexol)


Foto: João Luis Pinheiro
Trilhas terrenas em mata fechada, muitas pedras no caminho. Aclives e declives, alto teor de adrenalina em cima de uma bike. Parece, mas não é uma cidadezinha do interior. A mata em questão é a Serra da Cantareira, que desenha o limite norte da capital paulista. É difícil acreditar, entretanto tudo isso está a poucos quilômetros do centro.
Entres os esportes radicais que se popularizaram recentemente, o ciclismo é um dos mais praticados. Das categorias existentes, o mountain bike talvez seja a mais radical delas. Pelo menos é o que sente José Roberto Almeida, 56 anos e ciclista há mais de 40. “Sinto-me um garoto quando ando por aquelas trilhas. Além do visual incrível que tem lá de cima”, explica Almeida.
Buzinas, fumaça cinza entrando pelos pulmões. Carros que fecham, desrespeito total. A paisagem muda, mas o radicalismo continua. O nível de adrenalina ainda é alto, porém, agora, o asfalto é quem dá o tom. Pedalar nas ruas da metrópole é arriscado. São Paulo possui apenas 30 quilômetros de ciclovias. E, infelizmente, nem todos tomam os devidos cuidados.

Valdir Gomes é técnico em informática, pedala há muito tempo, e uma vez por semana (aos sábados) desloca-se de sua casa na Zona Leste até o Brooklin, em sua bicicleta. Ele utiliza todos os equipamentos de segurança. “Poucos motoristas respeitam o ciclista. E os buracos na pista são um perigo tão grande quanto os carros. Tenho que manter a atenção redobrada”.

Saltos mortais, manobras difíceis. As piruetas no ar são comuns para estes esportistas. Os novos modelos das “magrelas” agora são menores. E os praticantes também. A pista é de terra e a modalidade é o bicicross, onde o que vale é a habilidade acrobática do piloto. E a velocidade também. A pista do Parque Ecológico do Tietê é uma das poucas existentes na cidade.

Há ainda os velocistas, que cruzam as rodovias que cortam a Grande São Paulo. Pelo acostamento, com mais segurança, os praticantes desta modalidade percorrem distâncias enormes, pelo simples prazer de pedalar. “As melhores estradas são a Ayrton Senna, até Mogi das Cruzes e a Bandeirantes, até o Hopi Hari. Não é muito radical, mas é uma delícia”, explica Gomes.

2 comentários:

Patrick Mesquita disse...

Nossa João pode crer!! O panorama que você citou é esse mesmo. A bike tem sido o esporte radical que mais cresce. É incrível como o ciclista não tem espaço e mesmo assim o prazer de pedalar é maior!! Abraços

Roberto Fávaro disse...

Grande Jão! Me sinto pedalando em alta velocidade ao passar os olhos pela sua narração! Meus parabéns! "Com a contribuição de 'magrelas' em homenagem ao Roberto Fávaro. rs*

Forte abraço