terça-feira, 30 de junho de 2009

Férias

Enfim, as férias. Férias de quase tudo: trabalho, faculdade. Pelo menos por uns dois ou três dias, quero desacelerar e não pensar em nada importante. Depois, vou fazer as coisas que não faço há um bom tempo: ir ao cinema, ao teatro, ao "Palestra", shows, ler livros, jornais, revistas, pedalar. Quanta coisa! Acho que um mês será pouco para tanto. Se der pra viajar também, ótimo.

Estamos exatamente na metade do ano. O semestre foi estressante, corrido pra caramba. Quero aproveitar este tempo também para criar novas oportunidades para trabalhar com o que gosto. Não tenho tempo a perder.

Aquela decisão insana do STF, sobre a não obrigatoriedade do diploma, me abalou. Tanto que estas são as primeiras linhas que escrevo sobre o assunto. O futuro sobre a profissão que escolhi parece nebuloso. No momento, o que vejo é que viramos piada para os outros estudantes e profissionais. Gostaria de fazer algo sobre isso. Mas, ainda são sei o quê e nem por onde começar.

Férias também é um momento de reflexão, de reciclagem. Preciso desta parada estratégica. Minha vida sempre foi uma luta constante contra a preguiça. Este mês, posso curtí-la sem culpa. Quero buscar novos sonhos. Quero olhar as coisas por outro prisma. Quero conhecer novas pessoas. Quero visitar lugares que não conheço.

O blog não tira férias, continua firme. Afinal, terei mais tempo pra escrever. Talvez ele precise de uma repaginada, já que em agosto completará um ano. Puxa! E pensar que tinha o maior receio de me expor! Acho que foi a melhor coisa que fiz no ano passado. Só não vou tirar férias de mim mesmo. E, desta vez, nem dos amigos.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Fora de série

Existem apenas dois caminhos para os artistas mirins, aqueles que iniciam suas carreiras muito cedo, ainda na infância. Ou piram após caírem no ostracismo, ou piram quando o sucesso continua. Este foi, infelizmente, o caso de Michael Jackson. Conheço pouquíssimas exceções. Mas, não me lembro de nenhuma agora.

Michael Jackson foi cria da enorme fábrica de talentos chamada Motown. Gostava dele com seus irmãos no Jackson 5. Porém, quando chegou sua fase Thriller, eu estava completamente ligado em Rock e, odiá-lo era um de meus esportes preferidos. Passado este período de intolerância, pude entender o tamanho da sua importância. O Rei do Pop era um fora de série.

Em que momento de sua conturbada vida, Michael pirou? Talvez durante aqueles exaustivos ensaios forçados pelo seu pai tirano. Talvez pelo sucesso excessivo e precoce, que já vez vítimas como Macauley Culkin. O fato é que suas atitudes estranhas arranharam sua imagem e sua carreira.

Quando um artista morre, suas qualidades acabam sendo superestimadas. Aconteceu com Elvis, que na época estava praticamente esquecido e decadente. Lembro-me de uma prima que virou sua fã da noite para o dia e que engravidou logo após a morte do Rei do Rock. Se fosse homem, seu filho chamaria-se Elvis Sérgio. Graças à Deus, nasceu Priscila. Com Michael Jackson, sem dúvida, acontecerá o mesmo.

Mesmo com todos os problemas, ninguém nunca poderá negar seu carisma e sua qualidade musical. Melhor guardar na memória seus grandes momentos: o moonwalk, clipes históricos como Thriller e Black or White e grandes canções como Beat It e Billie Jean.

domingo, 21 de junho de 2009

Antigos cinemas de rua podem ser reabertos

Projeto prevê a reabertura de antigas salas e resgatar parte do centro da capital
Reportagem feita para a matéria Revisão e Redação em Jornalismo.
Avenida São João, 1462. Neste endereço funcionava aquele que é tido por muitos como o melhor e mais incrível cinema de rua da cidade. Um pouco distante da esquina imortalizada na canção, o Comodoro foi um dos símbolos da efervescência que vivia o centro, entre as décadas de 1960 e 1980. Nele, era possível assistir os melhores filmes em um sistema de som considerado o mais moderno entre seus pares: o Dolby Stereo Surround. Logo em frente, ficava o Cinespacial, com suas três telas (uma em frente e outras duas, uma de cada lado) exibindo o mesmo filme, simultaneamente. Sem contar o Cine Ipiranga, o charmoso Marrocos, o Marabá, o Olido, entre muitos outros.

Com a degradação da região central, muitas destas salas viraram igrejas evangélicas, estacionamentos ou exibem shows de strip-tease e filmes de sexo explícito. Ou, simplesmente, fecharam. Como é o caso do Comodoro. O jornaleiro Manoel Brandão,foi freqüentador assíduo. Ele conta, com muito saudosismo e uma certa emoção na voz, os filmes que assistiu ali. “O Comodoro era o que passava as melhores produções. Vi o Inferno na Torre, Os Dez Mandamentos, Ben Hur, com aquele ator que morreu, o Charlton Heston. No Terromoto (filme-catástrofe da década de 70), as cadeiras até balançavam. Foi um dos melhores filmes que eu vi. O último foi Striptease, com a Demi Moore”, diz.

No Cinespacial chegou a funcionar um bingo, mas, agora está fechado. Brandão - que aparenta bem mais que seus 61 anos – até gostava, mas, viu poucos filmes ali. Hoje, não vai mais aos cinemas. Os shoppings não lhe agradam. “Não me sinto bem nesse lugar. Parece que ele tira a liberdade da gente”, afirma, dentro de sua pequena banca de jornal, á poucos metros das duas salas.

A movimentação que existia na Avenida São João era constante. Em dias de exibição, dependendo do filme, as filas dobravam as esquinas. O Sr. Bartolomeu de Andrade, 51 anos, dono de um bar ao lado, também freqüentava o Comodoro. “Eu morava aqui perto. Preferia assistir na terça ou na quarta-feira. Nos fins de semana era muito cheio. Lembro-me que a fila para ver O Exorcista dobrava a esquina, voltava e dobrava novamente. A Avenida São João funcionava 24 por dia. A gente podia sair as duas, três da manhã pra comer alguma coisa que não tinha perigo. O máximo que existia eram os batedores de carteira”, conta Andrade, com um sorriso nostálgico nos lábios.

Sua opinião sobre o Cinespacial é diferente da do jornaleiro. Andrade achava ruim. Porém, o brilho nos olhos quando fala daquele período é o mesmo. “A sensação de ver Tubarão naquela tela gigantesca era assustadora. Parecia que você estava dentro do filme. Foi uma época muito boa”. Hoje, não vai mais aos cinemas. Prefere ficar em casa e assistir a um DVD. Sinal dos tempos.


Novas iniciativas

Atualmente, iniciativas públicas e privadas tentam resgatar algumas destas antigas salas. O Marabá rendeu-se ao padrão Cinemark/Multiplex e foi reinaugurado no dia 30/05. Onde antes existia um telão com 1500 lugares, agora há cinco salas menores. O arquiteto Ruy Ohtake, um dos mais famosos do país, é o responsável pela reforma, que mistura o conforto do presente com o glamour do passado. David Fernandes, 18, que trabalha em uma banca de jornal quase em frente, acredita no projeto. “Acho que vai ‘bombar’. Pretendo assistir alguns filmes aí”.

Porém, a principal metamorfose ocorreu na Galeria Olido. Há quase cinco anos, ela foi reinaugurada com o propósito de revitalizar o centro de São Paulo. Além do cinema, que foi mantido com foco em filmes longe do circuito comercial, a Olido tornou-se um excelente espaço para shows de música e dança. Muitas características da época em que foi inaugurada (na década de 1950) foram mantidas, como as poltronas vermelhas e o hall de entrada. Mas, infelizmente, ela ainda é um oásis em meio à degradação ao seu redor.

Existe um projeto da prefeitura de reabrir alguns destes antigos cinemas do centro. A ideia é revitalizar um “corredor” que vai do Teatro Municipal às avenidas Ipiranga e São João. O Marrocos deve ser transformado em um cinema municipal. O Art Palácio, em uma casa de espetáculos, nos moldes do Radio City Music Hall, de Nova York. O Cine Ipiranga ainda não tem destino certo. A reforma do Cine Metrópole, na praça Dom José Gaspar, depende de uma aprovação do Conpresp (Conselho Municipal do Patrimônio Histórico). Também existem projetos para a reabertura dos cines Windsor e Paissandu. Enfim, se tudo isso sair do papel, o centro da cidade, finalmente, começará seu processo de revitalização.


sábado, 13 de junho de 2009

Herois no cinema

Hoje em dia, é comum assistir aos blockbusters de super herois no cinema. Nem sempre foi assim. Após inúmeras tentativas, foi somente nesta década que Hollywood encontrou a fórmula perfeita para transformar as peripécias dos mais diversos personagens em sucesso. O primeiro longa metragem dos X-Men foi a pedra fundamental desta nova etapa.

As novas tecnologias em computação gráfica tornaram possíveis a realização de produções com efeitos visuais inimagináveis para um veterano como eu. Afinal, meu primeiro contato com os super herois foi com aqueles desenhos da Marvel, sem movimento, pareciam páginas de gibi transpostas para a tela. Só mexiam a boca. Capitão América, Thor, Hulk. Tudo aquilo, hoje, parece hilário. Mas, na época, era o máximo.

A primeira tentativa de trazer este universo para o cinema foi com Superman, no longínquo ano de 1978. E foi em grande estilo, um sucesso estrondoso. Os efeitos visuais até hoje não fazem feio. Veio o segundo filme (que já era normal naquela época) e, em seguida, a série esfriou. Por alguns anos, nossos herois foram engavetados pelos produtores da capital do cinema.

No fim dos anos 80, a nova investida: Batman. O homem-morcego reaparece mais sombrio, mais angustiado. Como nos quadrinhos de Frank Miller. E sem o “mala” do Robin. Porém, a escolha do ator principal foi equivocada. Após o quarto filme e duas trocas de atores, Batman foi aposentado pelos estúdios.

Depois dos nossos amigos mutantes, chegou às telas o (na minha opinião) melhor e mais bem sucedido da categoria: o Homem Aranha. É o meu heroi preferido. Tudo bem, o Batman não tem super poderes. Mas é um milionário excêntrico e metido à besta. É impossível não se identificar com Peter Parker que, além de repórter (olha o corporativismo!), é um sujeito “quase” normal, com seus problemas cotidianos, contas pra pagar, brigas com a namorada e discussões com o chefe que não vai com sua cara.

Falei tudo isso apenas pra dizer que assisti, há alguns dias, ao mais novo produto desta safra, o Homem de Ferro. Tony Stark e sua fantástica armadura já faziam parte do meu imaginário desde a infância – era um daqueles desenhos da Marvel, citados lá em cima. E parece que os americanos estão se especializando no assunto. É um excelente filme de ação, com um bom roteiro, bons atores no elenco de apoio e uma escolha acertada no papel principal.

Com todo este know how adquirido, até o Cavaleiros das Trevas foi ressuscitado. Quem sabe agora não está chegando a vez do Capitão América, Thor, Aquaman, The Flash, o Lanterna Verde, entre outros que não me lembro agora. Só espero que não o façam com os japoneses (arghh!). Vamos aguardar os próximos episódios.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Radicalismo que se percorre em duas rodas

Ciclistas de várias modalidades fazem de São Paulo a capital das bicicletas
(Reportagem feita para o link 5 de Prexol)


Foto: João Luis Pinheiro
Trilhas terrenas em mata fechada, muitas pedras no caminho. Aclives e declives, alto teor de adrenalina em cima de uma bike. Parece, mas não é uma cidadezinha do interior. A mata em questão é a Serra da Cantareira, que desenha o limite norte da capital paulista. É difícil acreditar, entretanto tudo isso está a poucos quilômetros do centro.
Entres os esportes radicais que se popularizaram recentemente, o ciclismo é um dos mais praticados. Das categorias existentes, o mountain bike talvez seja a mais radical delas. Pelo menos é o que sente José Roberto Almeida, 56 anos e ciclista há mais de 40. “Sinto-me um garoto quando ando por aquelas trilhas. Além do visual incrível que tem lá de cima”, explica Almeida.
Buzinas, fumaça cinza entrando pelos pulmões. Carros que fecham, desrespeito total. A paisagem muda, mas o radicalismo continua. O nível de adrenalina ainda é alto, porém, agora, o asfalto é quem dá o tom. Pedalar nas ruas da metrópole é arriscado. São Paulo possui apenas 30 quilômetros de ciclovias. E, infelizmente, nem todos tomam os devidos cuidados.

Valdir Gomes é técnico em informática, pedala há muito tempo, e uma vez por semana (aos sábados) desloca-se de sua casa na Zona Leste até o Brooklin, em sua bicicleta. Ele utiliza todos os equipamentos de segurança. “Poucos motoristas respeitam o ciclista. E os buracos na pista são um perigo tão grande quanto os carros. Tenho que manter a atenção redobrada”.

Saltos mortais, manobras difíceis. As piruetas no ar são comuns para estes esportistas. Os novos modelos das “magrelas” agora são menores. E os praticantes também. A pista é de terra e a modalidade é o bicicross, onde o que vale é a habilidade acrobática do piloto. E a velocidade também. A pista do Parque Ecológico do Tietê é uma das poucas existentes na cidade.

Há ainda os velocistas, que cruzam as rodovias que cortam a Grande São Paulo. Pelo acostamento, com mais segurança, os praticantes desta modalidade percorrem distâncias enormes, pelo simples prazer de pedalar. “As melhores estradas são a Ayrton Senna, até Mogi das Cruzes e a Bandeirantes, até o Hopi Hari. Não é muito radical, mas é uma delícia”, explica Gomes.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Wish Were Here

Então, então você acha
Que consegue distinguir
O céu do inferno
Céus azuis da dor
Você consegue distinguir
Um campo verde
De um frio trilho de aço?
Um sorriso de um véu?
Você acha que consegue distinguir?

Fizeram você trocar
Seus heróis por fantasmas?
Cinzas quentes por árvores?
Ar quente por uma brisa fria?
Conforto frio por mudança?
Você trocou
Um papel de coadjuvante na guerra
Por um papel principal numa cela?

Como eu queria
Como eu queria que você estivesse aqui
Somos apenas duas almas perdidas
Nadando num aquário
Ano após ano
Correndo sobre este mesmo velho chão
O que encontramos?
Os mesmos velhos medos
Queria que você estivesse aqui.

Esta não é uma canção de amor. Foi escrita por Roger Waters e David Gilmour em 1975 e dedicada ao amigo Sid Barret, que havia partido em uma viagem sem volta para o mundo dos lunáticos. Acho que funciona muito bem como homenagem ao meu grande amigo, que também partiu há um ano, em outra viagem só de ida. Um clássico, exemplar mais do que perfeito de letra e melodia fantásticas.