quinta-feira, 17 de outubro de 2013

MANIFESTO PAULISTANO

Que a partir de agora:
Muros altos venham abaixo
Fronteiras invisíveis apareçam
Como velhos escombros
Opiniões formadas desinformem-se
Para a construção de mentes abertas
Palavras sejam as armas da resistência
E os duelos, só de rimas.

A partir de hoje:
Seremos mais do que temos
Duvidaremos sem perder a fé
Faremos o futuro no presente
Sem as imperfeições do pretérito
Ocuparemos o coração das ruas
Sem tirar os pés da calçada
Então, preencheremos o vazio das almas.

De hoje em diante:
Desverticalizaremos novos horizontes
Despoluiremos os rios do preconceito
Que jorram o sangue negro das quebradas
Descumpriremos o poder das armas
Para vivermos a idade da razão
Destituiremos quem não nos representa

Enquanto caminhamos em direção a Luz.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

OUTONO

Na terra da garoa
O outono tudo enxuga
Secam olhos e gargantas
Corações e mentes
Pelas partículas de poeira
Que penetram invisíveis
No inconsciente coletivo
Vivem todos a espera
Da chuva milagrosa
Que lava pés
Inunda a alma
E irriga as terras inférteis
Ou de um simples copo d’água
Que também pode matar
Pois há que se descobrir
A dose certa
Antes que as árvores

Vistam-se por completo.