Quando eu morri, aos oito anos
Descobri que para ser imortal
Não é preciso vencer no final
Nenhum bicho de sete cabeças
Nem tampouco construir
Luxuosos palácios reluzentes
Que servem apenas pra que toda gente
Enxergue o que as lendas deixaram impressas
Aprendi com meu primeiro professor
Que a intensidade das paixões que cativamos
É a exata medida do quanto precisamos
Para nos mantermos vivos após uma partida
Porque o amor incondicional
É mais forte do que qualquer tempo
Atravessa montanhas e vales como o vento
Impregnando-se em cada átomo que nos dá vida
Aprendi com meu grande amigo
Que estar distante de alguém
Não significa morrer também
Mesmo que a memória perca a intensidade
Porque o que fica no coração
De forma alguma se apaga
Pois, na verdade, é ela quem afaga
E transforma a dor em saudade
Poesia dedicada à meu pai...
Um dia daqueles
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Enquanto eu não despir a alma, das cascas do medo, da inquietação, da dúvida
Enquanto eu não me permitir ser eu mesma, não há autosabotagem que acabe.
O peso...
Há 9 anos
3 comentários:
Porra João!!! Que texto maravilhoso!
Parabéns!
Marcão.
Belo texto.....um verdadeiro poeta!!!
É João, você vai longe....
Montanha
Preciso dizer alguma coisa? Lindo, digno de um homem amadurecido pela dor e forte o bastante para superar qualquer dificuldade na vida. Te admiro muito.
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