domingo, 14 de setembro de 2008

1º DE JULHO

Quando eu morri, aos oito anos
Descobri que para ser imortal
Não é preciso vencer no final
Nenhum bicho de sete cabeças

Nem tampouco construir
Luxuosos palácios reluzentes
Que servem apenas pra que toda gente
Enxergue o que as lendas deixaram impressas

Aprendi com meu primeiro professor
Que a intensidade das paixões que cativamos
É a exata medida do quanto precisamos
Para nos mantermos vivos após uma partida

Porque o amor incondicional
É mais forte do que qualquer tempo
Atravessa montanhas e vales como o vento
Impregnando-se em cada átomo que nos dá vida

Aprendi com meu grande amigo
Que estar distante de alguém
Não significa morrer também
Mesmo que a memória perca a intensidade

Porque o que fica no coração
De forma alguma se apaga
Pois, na verdade, é ela quem afaga
E transforma a dor em saudade

Poesia dedicada à meu pai...

3 comentários:

Marcos Forte disse...

Porra João!!! Que texto maravilhoso!

Parabéns!

Marcão.

Alexandre Ofélio disse...

Belo texto.....um verdadeiro poeta!!!

É João, você vai longe....

Montanha

Paula disse...

Preciso dizer alguma coisa? Lindo, digno de um homem amadurecido pela dor e forte o bastante para superar qualquer dificuldade na vida. Te admiro muito.