Manchete de uma das reportagens de capa do Jornal da Tarde de ontem: “Chega de saudade! O vinil está voltando!” Vejam só: muitos artistas estão lançando trabalhos em discos de vinil e os fabricantes estão recrutando funcionários para atender a demanda. Será o retorno triunfal de um velho companheiro de baladas?
Para quem foi comprador e apreciador desses discos (tenho uns 200 mais ou menos), não deixa de ser surpresa saber que o velho vinil está ganhando força de novo. Tudo bem, é difícil acreditar que na era do mp3 e das mídias digitais ele volte a ser tão popular quanto antes. Mas, para quem o considerava moribundo, não deixa de ser uma doce vingança.
Tenho muitos amigos que acreditam que a sua qualidade sonora é melhor que a dos cd’s. Não importa. Quando comprávamos um LP antigamente adquiríamos, além da música, todo aquele ritual de abrir o encarte, conferir os créditos e a cara dos músicos - a única chance de vê-los antes dos vídeo clipes.
Era uma outra forma de se relacionar com a música. Discos piratas eram aqueles feitos a partir de gravações em shows sem a autorização do artista e vendidos como oficiais. Não existiam cópias, só se compravam os originais. E eram baratos! Minha coleção poderia ter sido até maior...
Então, vamos viajar um pouco. E se os discos de vinil voltassem a ser a única forma de se obter música? Como seria? Os camelôs morreriam de fome: não há como piratear os LP’s. Nada de tocadores de mp3 ou gravações caseiras no computador. Pra levar alguns “disquinhos” pra ouvir na casa do amigo, leve uma sacola. E bem grande! E o melhor (ou pior): pra curtir aquele sonzão bacana no carro, só gravando em uma fita cassete!
É galera. Ainda gosto muito de ouvir meus discos antigos. Mas, acho que, no máximo, serão mais uma alternativa de mídia para os mais apaixonados. Ser saudosista aos 40 não é nenhum demérito pra ninguém. Mas, tudo tem limites. O passado foi muito bom daquele jeito e não volta mais. Que venha o presente nos mostrar o futuro então.
Um dia daqueles
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Enquanto eu não despir a alma, das cascas do medo, da inquietação, da dúvida
Enquanto eu não me permitir ser eu mesma, não há autosabotagem que acabe.
O peso...
Há 9 anos